Gestos e Restos na 4ª Mostra de Teatro Infantil

Saio de casa, com a Dona Sofia (a nossa Kombi), sob chuva e vento. Voto, chego ao teatro, com chuva e vento. E a chuva e o vento continuam. E eu penso: terá pouco público hoje. Que nada, teatro cheio, com gente de todas as idades. Gente que já tinha visto, e veio novamente.

Na verdade, nem sei muito o que escrever. Estou cansado, e só queria deixar aqui o registro da minha alegria. E o agradecimento as pessoas que tem feito tudo isso comigo. O Gesto e Restos é um projeto que segue comigo faz tempo (ao menos, parece muito tempo), algo em torno de três anos. Sempre foi muito difícil: desde a ideia utópica, até as coisas que tive que deixar, o que tive que mudar, repensar, refazer, refazer, experimentar, refazer. Ainda refaço, todo dia. Toda apresentação é diferente, e não simplesmente porque é única, mas porque eu faço questão de mudar, de cada dia tentar montar os canos de forma diferente, de usar a minha energia do dia no encontro com as bolas. De variar o diálogo com o público no momento do cubo… E com isso eu erro, todo dia eu erro. Mas por que levaria para a cena algo perfeito, se a vida não é? Manter essa tensão constante, é o que me faz voltar para o palco, pois ali segue a vida…

A arte estanque não me interessa, como prática. O bom sempre bom pra mim não é tão bom. Esta temporada foi bem diferente das demais, só isso já me deixaria contente, mas foi muito além, pois com a presença dos pequenos, em função da 4ª Mostra de Teatro Infantil, eu pude ter um retorno melhor do que se passa do lado de lá, na plateia. Sai do teatro feliz, energizado, revitalizado, nessa correria do tempo que não para, nem para ver a estrela D’alva. Estou aprendendo a cada dia que ouço, novamente, a minha vó a dizer: se eu vou lá pra fora lá, eu vou parar, olhar, aplaudir a lua, as estrelas, que lindo né!

Daqui do meu quarto, agora, sem chuva, mas com nuvens, não vejo a estrela D’alva, mas sempre me lembro de lembrar de ver. Nem sempre vejo, mas não esquecendo de lembrar, acho que já é um bom começo.

Vocês conhecem a estrela D’alva?

Boa noite.

Foto: Danny Bittencourt (http://dannybittencourt.wordpress.com/2012/04/28/gestos-e-restos/)

COISARADA no 19º Porto Alegre Em Cena

Nessa próxima terça-feira, dia 04/09, estaremos apresentando o espetáculo COISARADA pelo 19º Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas.

E o frio na barriga, dessa vez, é bem especial: é a estreia do NECITRA em festivais!!!

Feliz, feliz! 🙂

 

Crédito fotografia: Robson Ferreira

 

 

 

Ensaio pré Porto Alegre Em Cena

Parecia um ensaio normal. Uma passagem geral de Coisarada em pleno Mezanino do Gasômetro.

Eis que surgem quase 30 jovens vindos de Limeira, São Paulo, a participar da primeira edição do Festival de Teatro Estudantil realizada na nossa cidade. E param. E passam a apreciar, sentados em frente à cena.

Que feliz coincidência nos encontrarmos por aqui! Aos mais novos amigos, agradecemos pela presença e por abrilhantar nosso ensaio rotineiro!

Ensaio Pré Poa Em Cena

Ensaio Tubo de Ensaio – Mi casa es su casa

Antes da chuva chegar batemos um bom e longo papo sobre nossas cotidianidades particulares, vontades, medos e dúvidas. Tudo aconteceu de maneira muito informal, como sempre acontece quando nos encontramos. O grupo tem mesmo afinidades e vontade de compartilhar, e isso me faz feliz. E hoje aconteceu algo que me deixou ainda mais feliz, com aquele sorriso bobo como o do gato da Alice. Jogamos o jogo da MEMÓRIA, com fotos de CASAS antigas da cidade e, com esse mote  que está totalmente linkado com a proposta da nova edição do TUBO DE ENSAIO, criamos uma coreografia em conjunto. Enfim, brincamos e criamos, e a tarde passou doce.

Viviana Schames

Gestos e Restos no Teatro de Câmara Túlio Piva

Saiu ontem o resultado do edital de ocupação dos teatros para o 2º semestre de 2012. Desta vez quem apresenta no Túlio Piva é o Gestos e Restos, meu solo. No primeiro semestre, também pelo edital Noite do Circo, estivemos por lá com o Coisarada, teatro lotado nos três dias das apresentações. E assim como no caso do Coisarada, o Gestos e Restos será com entrada franca.

Então, aguardem, pois antes disso ainda temos o Tubo de Ensaio e o Coisarada, novamente. O primeiro em um apartamento e o segundo na rua e com a Dona Sofia. 🙂

Gestos e Restos, para quem não conhece, é o meu solo. Com criação iniciada em 2009, com financiamento do Prêmio Carequinha de Estímulo ao Circo, ele teve sua estreia em 2010, passando por Estrela, Santa Cruz do Sul e Bento Gonçalves. Em julho estrou em Porto Alegre também no teatro do SESC. Ano passado estivemos em Capão da Canoa e depois em temporada na sala Álvaro Moreyra. Este ano uma temporada no Teatro Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mario Quintana e agora, no segundo semestre, o Teatro de Câmara. É isso, NECITRA rodando por aí.

Assista trechos do trabalho e se agenda aí! :o)

Vídeo do espetáculo Coisarada

Olá, olá,

Entre tantas coisas para se dar conta nessa vida multicoisada, consegui finalizar a edição de três vídeos dos trabalhos do núcleo. Na ordem: Coisarada, Gestos e Restos e NECITRA 2011 – uma compilação dos trabalhos do núcleo no ano que se passou.

Estamos agora no processo de finalização das gravações e edição do videocirco “O que se passa na sua cabeça?”, mas na sequência falo mais sobre isso.

Sem mais delongas, que comece o espetáculo! 🙂

Registro da temporada…

Fomos realmente presenteados por três trabalhos incríveis de registro fotográfico, na temporada do ‘Coisarada’, desse final de semana que passou. Queremos agradecer a esses três artistas pelo cuidado e sensibilidade: MUITO OBRIGAD@! Para quem quiser conferir as fotos no Facebook é só clicar nos nomes:

De Viviane Bassols

De Daniel Teixeira

De Robson Ferreira

“Coisarada” no Teatro de Câmara, Porto Alegre

foto: Viviane Bassols

Acabou a curta temporada do espetáculo ‘COISARADA’  no Projeto Noites do Circo, no  Teatro de Câmara. Acabou o terceiro dos encontros com um público que encheu de prazer o nosso apresentar.

Tenho-me cansada. De olhos baixos, sigo para o camarim. Ainda sozinha, muita gente sobre o palco abraça, elogia, mostra sorrisos. Sento-me na cadeira branca e fina como minhas pernas tortas. Findou o dia, os ensaios apertados de agendas espremidas, os refletores enfileirados sobre nossos olhos vibrantes. Findou como suspiro de recém-nascido quando, enfim, resolve adormecer, pela manhã, nos braços de pais cansados pela noite em claro. E lá de dentro agradeço ao universo inteiro por esses encontros – pelo convite do Diego há dois anos para integrar o elenco e a ideia; pelo se aproximar de pessoas queridas; pelo meu resistir em trabalhar em grupo gostando tanto da solidão, mas ainda assim seguindo; pelo aproximar de mais pessoas; por ter tempo para olhar os olhos do público, agora a pouco, cada rosto pousado sobre o teatro em risos. Agradeço em silêncio, coração ainda vibrante enquanto abro lentamente os olhos.

Pela fresta da porta posso ver os abraços que ainda duram sobre o palco. Poucos conheço de Porto Alegre que vieram assistir além dos parceiros de palco e técnica: minha mãe, meu irmão, a mãe da Fê, amigas em comum (duas ou quatro), um senhor da Feirinha Ecológica do Brique que colore minhas manhãs de sábados e… findou-se a lista. Tantos sorrisos em rostos desconhecidos. Tantos abraços de corpos incógnitos. E penso quão sortuda sou neste meu embaralhar de lembranças, de um poder conhecer e trocar por olhares e graça, só.

Certa vez descrevi algo sobre esse meu andar, sobre esses sorrisos compartilhados que povoam minha memória reunindo pessoas de diferentes cidades, Estados, países em um mesmo ponto de encontro dentro de mim. Porque palhaçar não é sorrir junto? Nem do outro, nem só de mim, mas com o outro, de nossas mazelas, do patético que se externaliza em mim e que sinto ecoar dentro de cada um. Agora, deste ‘Canto’ que estou posso ouvir em lembranças as gargalhadas unidas em um só coro, dando sentido ao meu caminhar.

Sorrimos juntos nas três noites, e quão bom foi!  Jogando com o presente, ouvi ao final do terceiro dia comentários como “agora estou pronta para a semana, renovada” ou uma menina que seriamente me disse, ao final subindo no palco: “você é tão atrapalhada, né?! Erra sempre. Mas  quando você erra… (depois de um pensar)… você acerta também, né?!”. Devia ter sete anos a pequena, e constatava, após me abraçar, tal beleza revelada em mente infantil e doce de inocência.

Agradeço aqui a todo o elenco – ao Diego, por insistir; ao Psico, por estar junto; à Fezinha, por permitir que minha atrapalhação ganhasse contraste com sua beleza. À Juliana no som e ao Fernando na luz, dispostos e respirando com a gente, cena após cena. Ao Expinho, companheiro de anos, a percorrer o escuro em busca da melhor imagem. Ao pessoal que se dispôs a fotografar, enchendo-nos de imagens congeladas de momentos únicos. Ao Prego e todo o pessoal do Teatro de Câmara Túlio Piva e à comissão que aprovou o ‘Coisarada’ no Projeto (mesmo sendo única proposta apresentada de circo, foi-me dito: “isso não quer dizer que serão aprovados!”). Obrigado! E, claro, um agradecimento mais do que especial a todo o público que fez-se presente a jogar com a gente! Obrigado, obrigado, obrigado!

Levanto minha bunda magra da cadeira branca e vou tirar a maquiagem. Sigamos em frente, que o espetáculo não pode parar!

Entre temporadas

22:22 e começo a escrever este post. Gosto bem de números repetidos. A temporada do Gestos e Restos iniciou no dia 20 de abril. A temporada do Coisarada finaliza no dia 20 de maio. Um mês de temporada do NECITRA nos teatros de Porto Alegre. 15 apresentações. A primeira, meu solo, ‘Gestos e Restos’, num teatro mantido pelo estado, o Bruno Kiefer. A segunda, o ‘Coisarada’, com Genifer, Fernanda, Psico e eu, no Teatro de Câmara Túlio Piva, mantido pelo município.

Hoje, treino leve no encontro de malabares e música no Largo da Epatur e amanhã sigo em ensaio para as cenas do Coisarada, além da reunião do Colegiado Setorial de Circo, na CCMQ. Gosto muito do ‘entre’, como conceito. E espaço onde acontece muita coisa. A travessia do Guimarães Rosa… Por agora, estou entre as cobertas. 🙂

Boa noite de segunda a todas e todos. Deixo vocês com algumas fotos do ‘Coisarada’ e a lembrança de que esta temporada, de 3 apresentações, 18, 19 e 20, tem entrada franca (senhas uma hora antes).