Na ausência de Mestres é o título da pesquisa que propus compartilhar com o núcleo e o público nesta 5ª edição do Desdobramentos. A ideia central surgiu durante a Mostra de Dança Rumos Itaú Cultural, quando assisti um trabalho onde a bailarina repetia muito em sua fala a relação com seus mestres, na sua formação e para o trabalho que apresentava ao público.
Com essa pesquisa pretendo encontrar a dança que transita por mim, dos movimentos (ou maneiras de se movimentar) que me apropriei durante os anos, e na busca por outros que me afetam nas pesquisas que tenho feito, em coisas que tenho visto. Não significa que esse processo esteja ausente de influências, e de mestres, como refere o título, mas relativiza os discursos que validam A Dança, sob a tutela Do Mestre, e busca uma abordagem que, sem negar tantas influências, encontre uma forma de ser entre elas.
Assim como Mario Quintana, tenho saudade das ruas por onde nunca andei, mas também das danças que nunca dancei.
Com essa abordagem, me projeto em direção ao passado, trazendo movimentos do Taekwondo, arte marcial que pratiquei por quinze ano, por exemplo, e ao futuro, em direção aos movimentos que quero que sejam do meu corpo também.
Para o que me cabe agora, no início deste processo, sistematizei uma cena sob o título “Variação 1”. Ela será apresentada junto a projeções de vídeos captados em improvisos e repetições de células criadas durante o ensaio.
Essa pesquisa, de certa maneira, se iniciou no Grupo Experimental de Dança, quando em 2010, criei o solo “Variações sobre o equilíbrio”. Abaixo segue o vídeo deste e de trabalhos que tem me influenciado.
http://www.youtube.com/watch?v=kQtslCvGc_o