“Não sei, só sei que foi assim”. A frase do célebre personagem Xicó, em O Auto da Compadecida, dá conta de expressar o que foi, ao meu ver, a primeira edição do Tubo de Ensaio. Me esforcei ao máximo para permitir que as coisas acontecessem, sem tentar direcioná-las. Ao mesmo tempo em que tentava estar atento para “segurar” o que parecia ser merecedor deste esforço. E assim foi. E neste ido, claro, se perde muita coisa (sempre se perde!). Mas a palavra vícios, que virou bordão em nossos ensaios, era sempre lembrada por mim, no sentido de tentar evitá-los. Mas eles estavam ali, claro, os vícios cênicos. Contudo, discriminar entre vício e referência, entre memória e dependência, é nada fácil.
Acredito que as criações para o próximo Tubo, ainda sem data, precisam ser mais intensivas. Sacudir o corpo todo (que inclui a mente, é sempre bom lembrar…), e com força, de modo que só permanece preso o que for da alma… Aliás, corpo, alma, mente, palavras a serem pensadas…
Não sei, sei que foi assim…