Processo Seletivo 2017

 

Temos o prazer de informar que inicia em fevereiro nosso quinto processo seletivo para a participação no núcleo! Sempre com o intuito de inovar e experimentar, em 2017 o NECITRA optou por um processo com formato diferente dos anos precedentes.

O período de seleção estará aberto desde fevereiro até outubro de 2017, podendo ser enviadas inscrições durante todo este período.

 

 

Procedimento:

Preencher o formulário com informações sobre a/o artista: goo.gl/nGspSE

Enviar currículo, portfólio, links com fotos e/ou videos do seu trabalho para o e-mail necitra@gmail.com

 

Demais informações:

Se quiser conhecer mais sobre o NECITRA e como trabalhamos, temos este texto produzido em 2015 que apresenta o núcleo. Sugerimos a leitura para quem quiser participar do processo seletivo.

O núcleo não segue uma única direção, as decisões são tomadas em reuniões. Possuímos coordenador, tesoureira, secretaria e coord. da comunicação – que compõe a diretoria. Este texto fala sobre as diferenças entre diretor e coordenador dentro do núcleo, caso haja interesse em saber mais sobre.

O núcleo é orientado por seu regimento interno, de indispensável leitura para quem quiser participar do processo seletivo.

Se deseja inscrever-se, seja bem-vinda/bem-vindo. Dúvidas podem ser sanadas pelo e-mail necitra@gmail.com.

Boa sorte!

Processando Cinesiocoreografia

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Cinesiocoreografia: uma pesquisa de movimento em construção de uma cena. Processo inicial de um projeto antigo. Inicial em seu caráter prático. A ideia surgiu por volta de 2010, a partir do interesse pela cinesiologia (da minha graduação em educação física – 2002/2006), ciência que estuda o movimento do corpo humano. Princípios do corpo em movimento colocados em prática, em composições coreográficas. A pesquisa e criação só tomam início de fato agora, em 2016, como outras ideias que ficam/estão engavetas, muito embora essa pauta das possibilidades de movimentos perpassam minha prática cotidiana.

Não é a toa que essa proposta entra em cena amanhã, dia 20 de maio, na Mostra de Processos do NECITRA. Tenho projetado um novo espetáculo, atravessado pelo conceito de morte e permeado, entre outros temas, pela noção de controle.

 

Normalmente, considero três pontos para a criação de uma nova obra: conceito/motivo, desafio técnico-criativo e a relação com o público.diego0041

 

Do conceito, a morte e desdobramentos: ciclos (inicio, fim e continuidade), o inacabado e a emergência, o fora e o controle – controlar e não controlar – descontrolar, fluxos.

 

O conceito é a base, é o plano de fundo, mas também o conteúdo – intuitivo, subjetivo, abstrato, um dispositivo, potência em pensamento-ação. A cena/coreografia, neste caso, e a relação com a plateia (recepção), são as manifestação físicas, concretização a partir do conceito desdobrado por métodos/escolhas num todo mais ou menos coeso, pois também poroso.

 

Sobre a pesquisa e o desafio ao artista: centramento no domínio do movimento. Em termos de treinamento/criação coreográfica: controlar contrações e segmentações. Mas também se colocar em condições onde o controle escapa, transborda, contra movimentos espontâneos.

 

diego0020Da relação com o público, e ainda tendo o controle como pauta: quebrar com a lógica com a expectativa. Não deixar o olhar e a percepção se acomodarem, ainda que se promova um tempo contemplativo.

 

Um primeiro experimento. E experimentar é sempre flertar com o (des)controle. Não me considero pronto, sou inacabado, mas estou preparado – é preciso estar preparado, pronto não.

 

“Cinesiocoreografia” – Diego Esteves

Um estudo de movimentos com ênfase nas contrações musculares, com ou sem movimentos articulares. A cena apresenta uma coreografia que parte das possibilidades de movimentos do corpo, tendo como início contrações estáticas, passando pelas resultantes da respiração, ampliando para as possibilidades articulares, fluxos de movimento, ritmos, variações de estado e equilíbrios. Processo parte de uma pesquisa maior do artista, sobre o conceito de morte, e entre alguns temas correlatos, sobre o controle – aqui, do domínio do movimento, e do que escapa, transborda, ou mesmo vem de fora, deste eu-corpo.

 

Evento:

Mostra de processos NECITRA

Canto 400 – sala 400 da Usina do Gasômetro

20/05, sexta-feira, 20 horas

Sobre projetos e processos

Em breve realizaremos o quarto processo seletivo que, nos anos anteriores, chamamos de audição. Este texto é para quem está interessado em participar deste processo. No segundo ano foi solicitado ao final do texto sobre a audição, aqui no blog, que o candidato, ou candidata, escrevesse no e-mail de inscrição: eu li o texto até o final. Brincadeiras a parte, muita gente não lê todas as informações, como muitas vezes não se atenta para as especificidades do NECITRA, pelo menos no que o diferencia de um modelo hegemônico de gestão do trabalho, digamos assim. Sem se atentar para esses “detalhes”, muitos candidatos se apresentavam na audição com expectativas sem par na nossa realidade como um núcleo de artistas. Por esse motivo modificamos o nome de audição para processo seletivo e solicitamos o envio de um projeto, além de apresentar o nosso regimento interno que, por si só, já é bem explicativo da nossa atual realidade. De qualquer forma, temos recebido retornos de pessoas que dizem que não vão se escrever no processo por não ter um projeto. Sobre isso, então, escrevo.

(E é, portanto, uma perspectiva com um tom individual, mas compartilhada pelo coletivo no seu cerne, qual seja, da importância dos projetos.)

Se alguém me disser que não tem um projeto, eu diria, mas como você vive? Como você é um artista sem projetar sua obra? Sem projetar seus estudos? Sem projetar seu treinamento? Sem projetar sua vida…? Veja que não estou falando de um projeto para concorrer ao Fumproarte, FAC, Funarte… É descrever o que você pretende e como pretende desenvolver, neste caso, nos espaços do NECITRA. Claro que, se estiver no momento da criação de um espetáculo, será um projeto mais completo. Mas pode ser um projeto de estudo (que é muito bem vindo), você pode pretender aprender, mas e como irá fazer isso? Método: dialogar com os colegas, participar das aulas dos colegas (que são gratuitas para participantes do núcleo), ler, pesquisar na internet, realizar laboratórios de experimentação… o que for.

O NECITRA é um núcleo que preza pela autonomia do indivíduo, que se propõe a criar, coletivamente, um ambiente estruturado para que todos os artistas possam se potencializar, e com isso potencializar o todo, e desenvolver seu trabalho. Esse ponto é muito caro, porém, não queremos viver uma ditadura da “autonomia criativa”. Você não precisa necessariamente propor uma nova criação. Seu projeto pode ser participar dos projetos dos outros, pode ser ser dirigido, coreografado, por exemplo, o que for. Não há modelos, há espaço para serem ocupados. Pense nisso, todos precisamos de espaço para ser.

Então:

Quem você é, hoje?

Hoje, o que quer, o que deseja, como se vê como artista, no futuro, e o que precisa para isso. Não sabe? Talvez um projeto de estudo possa te dar essa base… Já sabe, mas ainda falta bala na agulha? Ainda um projeto de estudo e treinamento… Sabe, e tem vocabulário técnico? quem sabe um projeto de experimentação, laboratórios criativos… Já sabe, tem domínio técnico, e já experimentou o suficiente? Seria então a criação/finalização da obra: coreografia, número circense, monólogo, vídeo, texto, foto, ilustração… o que você faz? E se você for produtor, seu projeto pode ser amparar a produção executiva dos espetáculos em criação… Se for iluminador, trabalhar junto aos espetáculos para salas de teatro, ou demais espaços que precisam de luz cênica… Se for compositor, ótimo, muitos trabalhos precisam de trilha… Se for diretor, é bem provável que algum projeto possa precisar de um, assim como dramaturgo, coreógrafo… quem sabe até psicólogo, administrador, contador… Pense o NECITRA como uma comunidade, é um espaço de realização, de tornar real. Traga suas coisas, misture com as coisas daqui (ideias, gentes, coisas) e criei coisas, e crie a si mesmo. É uma mistureba de coisaradas. 😉

É desafiador, viver junto, viver consigo, lidar com a angústia de poder decidir… mas acredito que é com os desafios que crescemos, pense então o NECITRA como um espaço de crescimento. Eu penso assim, para mim tem funcionado.

Tenho um teoria de vida que sintetizo em uma palavra: FAZ.

Todos tem dúvida, mas se você tem um pontinho de certeza de que deve fazer, se sente, intui, FAZ. Evite as expectativas, certo e errado é a mesma coisa, embora sejam coisas diferentes. Não importa tanto. Nada importa tanto quanto o FAZER. O equilíbrio se dá em movimento. O aprendizado também. Só saberás quando estiver mais à frente na caminhada, e puder ligar os pontos olhando para trás, e com essa informação melhorar os futuros projetos e, de novo, fazer. É a vida. Quantas pessoas estão por aí paradas ou andando em círculos…? Sempre penso nisso. Bom,

Espero que tenha contribuído. Espero que você possa ter tido a paciência e o engajamento necessário para ler até o final deste post. Talvez o FAZER comece por buscar as informações, em ser curioso. Tem também a ver com coragem, que é, agir com o coração. Certamente tem um início em acreditar, em dar crédito à vontade – e a crença em si vai aumentando com o resultado de se estar fazendo, e a vontade deve crescer, e com isso se FAZ mais. É quase infinito. 🙂

Bom, se quiser FAZER (seja o que for), seja bem-vindo, seja bem-vinda. Ah, o projeto é o esboço desse fazer, mas já, em si, fazer.

Até.

E lembrando, sobre o processo, onde, ao final, existem mais textos indicativos sobre o NECITRA, como o regimento… : https://necitra.com/2016/02/05/processo-seletivo-necitra-2016/

Indico também a leitura:

Mais sobre projetos: http://diegoesteves.in/escritos/2013/05/23/desdobramentos-1-comecando-a-desdobrar/

Sobre atitude, algo assim: http://diegoesteves.in/escritos/2013/05/26/consequente-ou-consequencia/

 

Processo seletivo NECITRA 2016

 

O NECITRA torna público seu quarto processo seletivo, a ocorrer conforme segue:

 

1 – Dos prazos

1ª etapa, inscrições: até 02 de março, quarta-feira, às 23h59m.

Resultado dos aprovados para a segunda etapa: 06 de março

2ª etapa, presencial: 08 e 10 de março, terça e quinta-feira, das 14 às 17h30m. Local: sala 400 da Usina do Gasômetro.

Resultado final: 13 de março, através do email e publicação no site.

Recepção dos novos participantes: dia 17 de março, quinta-feira, 14 horas.

 

2- Das etapas

Inscrições: deverão ser feitas através do email necitra@canto.art.br. Não serão aceitas inscrições fora do prazo ou enviadas através de outro meio.

Documentos a serem enviados:

– Currículo resumido

– Carta de intenção

– Um projeto de pesquisa a partir de seus interesses pessoais que poderá vir a ser desenvolvido junto ao núcleo. Deve conter: concepção, objetivos, métodos e resultados previstos (se pretende criar uma cena/número/coreografia, um vídeo, um texto, um estudo, ilustração, etc)

– Links de referências para vídeos, fotos, textos, etc.

Somente o quarto item é facultativo, os demais são indispensáveis para a avaliação.

Etapa presencial: Será composta de uma entrevista e uma apresentação (não obrigatória), mas importante para a avaliação -o proponente terá um tempo livre de até cinco minutos para apresentação: um número, coreografia, monólogo, demonstração de habilidades, improviso, etc.

 

3- Considerações e referências para estudo

Em 2015 foi publicado um texto para apresentação do núcleo aos interessados em participar do processo seletivo, sugerimos a leitura NESTE LINK.

O núcleo não segue a direção de uma pessoa, as decisões são deliberadas em reunião. Possui um coordenador, tesoureiro, secretaria e coord. da comunicação – que formam a diretoria. Sobre a diferença entre diretor e coordenador no trabalho do núcleo, sugerimos a seguinte leitura NESTE LINK.

Todos os processos do núcleo são orientados pelo seu regimento interno, leitura indispensável NESTE LINK.

Se deseja se inscrever, seja bem-vindo – bem-vinda. Dúvidas podem ser sanadas pelo e-mail necitra@canto.art.br.

Boa sorte no processo.

Coordenador ou diretor?

Quando em 2009 projetei os princípios do NECITRA, antes dos procedimentos para o seu funcionamento, a definição de dois conceitos cadeira-diretor-de-cinema-antoniazzi-14512-MLB2710787035_052012-Oforam muito importantes: a opção pela formação de um núcleo, ao invés de grupo, e com isso a opção por um coordenador, ao invés de um diretor.

Nestes seis anos, muitas vezes se referiram a mim como diretor do NECITRA, e muitos vezes fui questionado, inclusive pelos integrantes do núcleo, da diferença entre coordenador e diretor, sendo que para alguns são sinônimos. Em síntese, sou coordenador do NECITRA e diretor de alguns dos trabalhos, não de todos.

Pretendo aqui aprofundar alguns pontos que justificam essas opções que muito mais que algo gratuito ou somente estético, é uma afirmativa coerente com os princípios deste grupo, que é um núcleo. Parto da crença de que os conceitos definem uma dada realidade, sendo indispensável compreendê-los quando se quer entender um determinado contexto, e para construir relações consistentes e objetivas num trabalho interno de grupo. Mais um vez, reitero se tratar de um ponto de vista e de escolhas feitas (e seguidas desde então) dentro de um determinado contexto, dentro de um processo que se iniciou ainda em 2008, culminando com a criação do NECITRA em 2009.

Essa diferença entre núcleo e grupo vou desdobrar em outro momento. Mas é relevante afirmar que o NECITRA é um espaço com artistas trabalhando de forma simultânea em projetos individuais e coletivos, e com estruturas diferentes desde sua concepção, pessoas e técnicas envolvidas, até os procedimentos de trabalho assumidos. Ou seja, as obras resultantes destes processos são tão parecidas quanto pode ser o trabalho desenvolvido por um grupo de dança e um grupo de teatro, ou as semelhanças entre um espetáculo circense de rua e uma videodança.

No campo conceitual que consolidou a base da organização do NECITRA, o diretor é definido como alguém que dirige um trabalho, qualquer que seja: um espetáculo, um vídeo… ele é o principal responsável pela formato final da obra. Orienta para onde vai o grupo de trabalho: de onde partimos e para onde vamos. Um diretor concebe, para iniciar, e direciona, para finalizar. Com o olhar no horizonte, define o fim, e a partir disso o começo, as ferramentas e procedimentos de trabalho. Ou parte de uma concepção prévia, de um texto, de uma referência… O diretor está mais centrado na concepção, objetivos e metas e a partir de então define os procedimentos de trabalho- que podem ser os mesmos sempre, ou variar, dependendo da maneira que este diretor trabalha.

O coordenador está preocupado com os procedimentos para o funcionamento geral do grupo. Para que sejam criados e gerenciados os princípios que regem o funcionamento do coletivo e para acompanhar o seu desenvolvimento. Não se trata da coordenação dos processos artístico dos integrantes e sim da gestão geral do coletivo: dias de encontro, reuniões, apresentações, critérios de participação, entre outros. Mais do que apontar a direção, ele está ocupado com o andamento. Ou seja: vá para onde você deseja, mas evite ficar parado. Assim, um coordenador não define os objetivos dos trabalhos, mas objetiva que todos definam seus objetivos. O coordenador não participa, se não for convidado, da concepção dos trabalhos, mas concebe que os trabalho artístico precisam ser desejados, produzidos da vontade, que levam a estudos e experimentos, e que precisam de uma concepção, bem como métodos de trabalho e avaliação. Um coordenador tem uma função de mediação. Um coordenador tem também uma função pedagógica.

Novamente, estas são as escolhas conceituais que fiz no momento da criação do NECITRA, e que sigo na realização dos meus projetos. Todavia, os integrantes tem autonomia para optar por outros conceitos ao definir as funções assumidas nos projetos criados por si, para si e seus pares. Contudo, como coordenador do núcleo, no sentido de mediar as ações, proponho esses conceitos como consenso para a criação e organização de novos projetos, de modo a balizar as trocas de informações.

Para reforçar essa visão trago os significados constantes em dicionários:

Coordenador: “Pessoa que organiza e orienta um projeto ou atividade de grupo”*. O coordenador organiza os processos coletivos para o bom andamento do grupo. Os objetivos são definidos coletivamente, a direção é definida pelo pleno, o coordenador media as ações para que se alcancem esses objetivos.

Diretor: “Que dirige, regula ou determina”**. O diretor define os objetivos, define a direção e regula a ação de todos para que esses objetivos sejam alcançados. O diretor, por óbvio, é diretivo, o coordenador, neste contexto abordado, é democrático, colaborativo, estimula a cooperação.

Sendo mais analítico, e correndo o risco de ser superficial demais, aponto diferenças chave entre coordenador e diretor, na ordem citada: organiza X dirige – media X regula – orienta X determina.

Para ilustrar melhor, cito como exemplo o projeto Desdobramentos. Ele precisa de um coordenador, que organiza toda a produção do evento, funções necessárias para a sua realização, cuidados técnicos e com a divulgação, entre outros. Que cuida para que o projeto tenha continuidade, que estimula a adesão ao projeto, que projeta uma agenda anual. E por ter um resultado cênico, uma obra, ele precisa de uma direção. O Desdobramento tem uma direção geral do espetáculo, que não interfere nas cenas em si, mas que define a concepção do espetáculo (de cada edição) e dirige os artistas para que se adaptem naquela concepção, sem interferir no interior das obras individuais. Caso seja necessário modificar a obra para que seja apresentada naquela edição, o que será decidido pelo diretor geral, caberá ao diretor da obra decidir se essa alteração é possível e desejável, ou aguardar a próxima edição onde a obra possa ser contemplada. Eu assumo as duas funções no Desdobramentos, mas defendo que em projetos maiores futuros essas funções possam ser dividas para não sobrecarregar nenhum ponto, e com isso garantir uma bom desenvolvimento dos projetos.

Ainda, é importante salientar que essas definições não valem para todos os projetos. Caso se trate, por exemplo, da criação de uma coreografia, não creio que seja necessário um coordenador, mas apenas um diretor – que vai se utilizar de métodos mais diretivos ou mais colaborativos.

Portanto, o coordenador está mais centrado na organização e mediação, na manutenção da coesão no andamento das atividades do grupo. O diretor dirige uma obra, com concepção e objetivos específicos. Se o NECITRA fosse um grupo com um objetivo específico ou um caminho único a ser trilhado, focado numa determinada linguagem cênica e centrado num método de trabalho, se fosse um grupo de teatro, de circo ou uma companhia de dança no modo mais tradicional, digamos assim, ele teria um diretor e um resultado estético mais ou menos identificável. Não é o caso do NECITRA, e por isso ele é um núcleo, conceito pensado para dar conta deste contexto onde variam os objetivos das obras/projetos, suas opções estéticas, metas e modos. É um coletivo de artistas associados com intuito de fomentar esse espaço potente para a criação de suas obras, de forma colaborativa.

Podem afirmar, se assim desejarem, que um diretor tem as mesmas posturas que aqui defini como as de um coordenador. E o contrário. Outros farão outras escolhas. As conceituações tomam as formas e conteúdos definidos em cada contexto. E são importantes para o aprofundamento das ações e das relações. Mas é importante atentar para a origem destas palavras/conceitos, evitando desnecessárias relativizações, totalitarismos ou mergulhos niilista. Assim, rever os conceitos como partes isoladas, ou a partir de referências externas ao contexto em questão, descontextualizadas portanto, não é procedente, fragiliza o processo e dá inicio a uma marcha em círculos. Para além de boas ou más, as concepções são escolhas, e elas devem ser feitas e compreendidas em toda a sua extensão e complexidade, o que demanda tempo, paciência e humildade, para poder assim conformar um trabalho dinâmico e potente. E mesmo para que, após as devidas apropriações e usos (o que, reforço, demanda tempo, provavelmente anos) possam mesmo ser ajustadas, repensadas e alteradas.

O NECITRA, enquanto núcleo artístico, é um espaço com muitas entradas e diversas saídas, com caminhos construídos e refeitos a todo o momento, através do método escolhido por cada um, partindo de suas concepções, objetivos e metas. O NECITRA tem um coordenador geral, mas terá tantos diretores (de obras) e coordenadores (de projetos) quanto forem os desejos, vontades e capacidade de organização e engajamento de seus integrantes.

 

*http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/coordenador

**http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=diretor

Workshop de parada de mãos no Canto 400!

Psico work parada

Nesse sábado tem workshop de Parada de Mãos com Psico Alfredo Bermúdez no Canto 400

 

A proposta da oficina é trabalhar com equilíbrios em posição invertida, partindo de posturas mais simples, como a parada de cabeça, até posturas mais complexas, como a parada de mãos. A partir da progressão pedagógica apresentada, a oficina pretende ampliar as possibilidades de equilíbrios em inversão, chegando a movimentos mais complexos, como as pranchas.

Quando? Sábado, dia 04/07, das 15h às 17h
Onde? No Canto 400 – sala 400 da Usina do Gasômetro​
Investimento: R$30,00
Mais informações: https://necitra.com/
Fotografia: Daianna Pupe

Jogos de Transportar

250562_884423294947802_934340517916623761_nPortar: levar, conduzir, carregar. Haver-se, comportar-se, proceder, tratar.

Trans: situação ou ação além de.

Variações entre corpos. Corpos humanos, corpos objetos. Artistas, bolas. Possíveis agenciamentos.

Jogos de transportar. Exercícios de redução para a ampliação.

Limitações que ampliam, inversões que potencializam: o objeto agindo sobre o sujeito. Os movimentos agindo sobre o sujeito. O transportar e o ser transportado.

O jogo e as regras não como redução, mas sim como ampliação dos sentidos a partir da consolidação de um espaço: o que eu posso com essas limitações? Desde já, com as limitações do meu corpo. E onde terminam estes limites, e se também eles podem ser transportados.

 

Após estrear no SESC Santos, durante a virada paulista, os jogos agora serão realizados em Porto Alegre, no saguão da Usina do Gasômetro, dentro da programação do Canto 400, nosso espaço de trabalho dentro do projeto Usina das Artes. Sala 400.