Mostra de Processos – Novembro

Sobre o que perpassa elas, de Paola Vasconcelos

Esse experimento surge de um processo de tomar emprestados movimentos da minha mãe e irmã. Pensando de que forma isso se reconstrói, se acomoda ou me desafia na minha experiência de mover. A idéia dessa proposta surge da busca da artista por algo intrínseco que se desdobra nesses corpos femininos de uma família.

O encontro, de Ana Cláudia Bernarecki e Béthany Martínez

A cena é um fragmento da pesquisa que está em andamento, inspirada na na obra “Mulheres que correm com os lobos”, de Clarissa Pinkola Estés. Ganha forma e seus primeiros experimentos. Conhecer, descobrir e relacionar-se com a mulher selvagem que existe dentro de você, suportar o que se vê e perceber o que está oculto. As limitações e barreiras que nos impedem de acessar os inúmeros rostos do feminino selvagem. Como transitar dentro dessas inúmeras descobertas? Estamos aprendendo.

Pequena parte, de Fernanda Bertoncello Boff

Em meio a recordações, registros por escrito, em vídeo e histórias contadas, a artista visita sua infância na busca de redescobrir seu eu-arteiro e suas reverberações. Em uma época que brincar/artistar a vida é basicamente estar e se relacionar com o mundo, como as memórias e registros de criança podem servir de alimento para essa arte que agora é profissão? – Esse laboratório faz parte do projeto “Pequenices”, contemplado pelo Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança 2014.

Mostra de processos

Fotografia: Yamini Benites

Desdobramentos – 10ª (e última) edição

O fim é necessário para que existam outros começos…

A ultimíssima edição do DESDOBRAMENTOS já tem data! Então não perde a única chance que tem de estar com a gente nesse super projeto-evento-mostra-espetáculo-festa pela última vez. A apresentação vai acontecer no dia 21/11, às 20h, no Canto 400 (sala 400 da Usina do Gasômetro) – ingressos a R$20 (inteira) e R$10 (meia). Programação logo abaixo:

  1. Irmãs vermelhas, de Paola Vasconcelos e Béthany Martínez
  2. Diaboloking, de Ramon Ortiz
  3. Noivas, de Fernanda Boff, Paola Vasconcelos e Caroline Mendes
  4. Trans, forma e ação, de Diego Esteves
  5. Pro-por-ação, de Gabriel Martins e Paola Vasconcelos
  6. Enllace de ellas, de Caroline Mendes e Paola Vasconcelos
  7. Jogo do banco (jogo de improviso)
  8. Entre nós, de Ramon Ortiz e Caroline Mendes
  9. Jogo de Transportar – coreografia, de Diego Esteves e Fernanda Boff

collage

Mostra de Processos – Outubro

Mais três trabalhos do NECITRA em processo vão para a cena com o intuito de promover diálogo entre artistas e público. Saiba mais o que será apresentado:

Diego Esteves reapresentará a cena “Era uma vez: Ana…” e um novo experimento, “Era uma vez: Luana…”. Qualquer semelhança não é mera coincidência: as duas cenas tem como tema os relacionamentos amorosos, ressaltando os exageros dessas relações – desejo, paixão, apego, liberdade, recusa, dor, falta, desejo… O que na vida ganha um ar serio e emoções intensas, no palco é vivenciado com humor, quando percebe-se as contradições e paradoxos dos nossos relacionamentos, com os outros e consigo mesmo.

“Como se move um corpo que não se move?” – de Patricia Nardelli

Trata da investigação dos efeitos da imobilidade como forma de buscar acessar o corpo nos processos decorrentes da sua mortalidade. Para tanto, o corpo se submete a um período de resistência ativa aos impulsos de movimento, voltando a atenção para os incômodos gerados durante o transcorrer da experiência. Dessa forma, os incômodos físicos e o estado de consciência atingido servem como guias para a movimentação, possibilitando a descoberta de um novo corpo e de suas possibilidades de movimento.

“Pequena Parte” – de Fernanda Boff

Em meio a recordações, registros por escrito, em vídeo e histórias contadas, a artista visita sua infância na busca de redescobrir seu eu-arteiro e suas reverberações. Em uma época que brincar/artistar a vida é basicamente estar e se relacionar com o mundo, como as memórias e registros de criança podem servir de alimento para essa arte que agora é profissão? – Esse laboratório faz parte do projeto “Pequenices”, contemplado pelo Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança 2014.

Mostra de Processos

Canto 400 – Programação Outubro/2015

Todo mês, nosso Canto 400 fica cheinho de atividades bacanas para vocês… Com preços super acessíveis e um final de semana todo gratuito. Em outubro, as oficinas de sábado serão direcionadas para a criançada, a partir do dia 10. Confere aí tudo que vai rolar. Para maiores informações e para realizar inscrição entre em contato através do e-mail: necitra@canto.art.br

Quem escolher mais de uma oficina tem desconto!

Programação outubro

Mostra de Processos – Setembro

O NECITRA leva para a cena alguns trabalhos ainda em processo, propondo bate-papo ao final das apresentações. O intuito é de promover maiores trocas com o público. A entrada é franca! Confira a programação dessa próxima Mostra:
Gostas de Crystal

“Gotas de Cristal”, de Carol Mendes e Ramon Ortiz

Além do malabarismo de contato, os artistas trabalham em seu duo técnicas de Dança Contemporânea e da Dança Tribal. O número explora a ideia do “ritual” como manifestação cênica potente no cotidiano da sociedade, são diversas as culturas que tem como tradição a utilização de objetos em equilíbrio, principalmente no topo da cabeça, como espadas, vasos, copos… Um ritual contemporâneo similar é o número  que agrega a noção atual da vida nas urbes.  Como o malabarismo se insere nesse conceito amplo de “ritual” e como transformar essa prática em um momento cênico de apreciação, contemplação e interação com o público, são as questões que permeiam esse processo de criação.

“Encontro entre corpos”, de Diego Esteves

Na próxima Mostra de Processos,  Diego Esteves compartilha com o público seu itinerário artístico – seu encontro com o circo, a dança e o teatro. Pesquisas e criações que se iniciaram em 2002, tendo como um dos pontos de convergência, e que será o tema desta apresentação, a relação com os objetos e as possibilidades de composição com o malabarismo, dança contemporânea e teatro de objetos. O público poderá ver fragmentos de cenas dos espetáculos “Gestos e Restos” e o “Inventor de Usamentos”, e também cenas “avulsas” como “Trans, forma e ação” e “Era uma vez: Ana…” Existem pontos em comum nesse processo, que traçam um percurso transversal. “Encontro entre Corpos” é a abordagem que busca dar conta dessas relações, e é disso que se trata essa apresentação. Todos e todas convidados para esse encontro.

Mostra de processos

Fotografia: Martha Reichel Reus

Desdobramentos – 9ª edição

Confira os trabalhos que serão apresentados nessa edição!

“O mergulho: experimento 1”, de Ana Bernarecki e Béthany Martínez

“Um tango em clave”, de Paola Vasconcelos

“Bastão”, de Diego Esteves

“Tribal”, de Patrícia Nardelli

“Grande Sertão: Veredas”, de Nina Eick

“Onda”, de Grupo Experimental de Dança de Porto Alegre

“Tudo que vai, volta – remoto”, de Fernanda Bertoncello Boff

“Aventuras Noturnas”, de Rômulo Ferreira (Nego Minas)

“Transporte”, de Diego Esteves e Fernanda Boff

DESDOBRAMENTOS

Coordenador ou diretor?

Quando em 2009 projetei os princípios do NECITRA, antes dos procedimentos para o seu funcionamento, a definição de dois conceitos cadeira-diretor-de-cinema-antoniazzi-14512-MLB2710787035_052012-Oforam muito importantes: a opção pela formação de um núcleo, ao invés de grupo, e com isso a opção por um coordenador, ao invés de um diretor.

Nestes seis anos, muitas vezes se referiram a mim como diretor do NECITRA, e muitos vezes fui questionado, inclusive pelos integrantes do núcleo, da diferença entre coordenador e diretor, sendo que para alguns são sinônimos. Em síntese, sou coordenador do NECITRA e diretor de alguns dos trabalhos, não de todos.

Pretendo aqui aprofundar alguns pontos que justificam essas opções que muito mais que algo gratuito ou somente estético, é uma afirmativa coerente com os princípios deste grupo, que é um núcleo. Parto da crença de que os conceitos definem uma dada realidade, sendo indispensável compreendê-los quando se quer entender um determinado contexto, e para construir relações consistentes e objetivas num trabalho interno de grupo. Mais um vez, reitero se tratar de um ponto de vista e de escolhas feitas (e seguidas desde então) dentro de um determinado contexto, dentro de um processo que se iniciou ainda em 2008, culminando com a criação do NECITRA em 2009.

Essa diferença entre núcleo e grupo vou desdobrar em outro momento. Mas é relevante afirmar que o NECITRA é um espaço com artistas trabalhando de forma simultânea em projetos individuais e coletivos, e com estruturas diferentes desde sua concepção, pessoas e técnicas envolvidas, até os procedimentos de trabalho assumidos. Ou seja, as obras resultantes destes processos são tão parecidas quanto pode ser o trabalho desenvolvido por um grupo de dança e um grupo de teatro, ou as semelhanças entre um espetáculo circense de rua e uma videodança.

No campo conceitual que consolidou a base da organização do NECITRA, o diretor é definido como alguém que dirige um trabalho, qualquer que seja: um espetáculo, um vídeo… ele é o principal responsável pela formato final da obra. Orienta para onde vai o grupo de trabalho: de onde partimos e para onde vamos. Um diretor concebe, para iniciar, e direciona, para finalizar. Com o olhar no horizonte, define o fim, e a partir disso o começo, as ferramentas e procedimentos de trabalho. Ou parte de uma concepção prévia, de um texto, de uma referência… O diretor está mais centrado na concepção, objetivos e metas e a partir de então define os procedimentos de trabalho- que podem ser os mesmos sempre, ou variar, dependendo da maneira que este diretor trabalha.

O coordenador está preocupado com os procedimentos para o funcionamento geral do grupo. Para que sejam criados e gerenciados os princípios que regem o funcionamento do coletivo e para acompanhar o seu desenvolvimento. Não se trata da coordenação dos processos artístico dos integrantes e sim da gestão geral do coletivo: dias de encontro, reuniões, apresentações, critérios de participação, entre outros. Mais do que apontar a direção, ele está ocupado com o andamento. Ou seja: vá para onde você deseja, mas evite ficar parado. Assim, um coordenador não define os objetivos dos trabalhos, mas objetiva que todos definam seus objetivos. O coordenador não participa, se não for convidado, da concepção dos trabalhos, mas concebe que os trabalho artístico precisam ser desejados, produzidos da vontade, que levam a estudos e experimentos, e que precisam de uma concepção, bem como métodos de trabalho e avaliação. Um coordenador tem uma função de mediação. Um coordenador tem também uma função pedagógica.

Novamente, estas são as escolhas conceituais que fiz no momento da criação do NECITRA, e que sigo na realização dos meus projetos. Todavia, os integrantes tem autonomia para optar por outros conceitos ao definir as funções assumidas nos projetos criados por si, para si e seus pares. Contudo, como coordenador do núcleo, no sentido de mediar as ações, proponho esses conceitos como consenso para a criação e organização de novos projetos, de modo a balizar as trocas de informações.

Para reforçar essa visão trago os significados constantes em dicionários:

Coordenador: “Pessoa que organiza e orienta um projeto ou atividade de grupo”*. O coordenador organiza os processos coletivos para o bom andamento do grupo. Os objetivos são definidos coletivamente, a direção é definida pelo pleno, o coordenador media as ações para que se alcancem esses objetivos.

Diretor: “Que dirige, regula ou determina”**. O diretor define os objetivos, define a direção e regula a ação de todos para que esses objetivos sejam alcançados. O diretor, por óbvio, é diretivo, o coordenador, neste contexto abordado, é democrático, colaborativo, estimula a cooperação.

Sendo mais analítico, e correndo o risco de ser superficial demais, aponto diferenças chave entre coordenador e diretor, na ordem citada: organiza X dirige – media X regula – orienta X determina.

Para ilustrar melhor, cito como exemplo o projeto Desdobramentos. Ele precisa de um coordenador, que organiza toda a produção do evento, funções necessárias para a sua realização, cuidados técnicos e com a divulgação, entre outros. Que cuida para que o projeto tenha continuidade, que estimula a adesão ao projeto, que projeta uma agenda anual. E por ter um resultado cênico, uma obra, ele precisa de uma direção. O Desdobramento tem uma direção geral do espetáculo, que não interfere nas cenas em si, mas que define a concepção do espetáculo (de cada edição) e dirige os artistas para que se adaptem naquela concepção, sem interferir no interior das obras individuais. Caso seja necessário modificar a obra para que seja apresentada naquela edição, o que será decidido pelo diretor geral, caberá ao diretor da obra decidir se essa alteração é possível e desejável, ou aguardar a próxima edição onde a obra possa ser contemplada. Eu assumo as duas funções no Desdobramentos, mas defendo que em projetos maiores futuros essas funções possam ser dividas para não sobrecarregar nenhum ponto, e com isso garantir uma bom desenvolvimento dos projetos.

Ainda, é importante salientar que essas definições não valem para todos os projetos. Caso se trate, por exemplo, da criação de uma coreografia, não creio que seja necessário um coordenador, mas apenas um diretor – que vai se utilizar de métodos mais diretivos ou mais colaborativos.

Portanto, o coordenador está mais centrado na organização e mediação, na manutenção da coesão no andamento das atividades do grupo. O diretor dirige uma obra, com concepção e objetivos específicos. Se o NECITRA fosse um grupo com um objetivo específico ou um caminho único a ser trilhado, focado numa determinada linguagem cênica e centrado num método de trabalho, se fosse um grupo de teatro, de circo ou uma companhia de dança no modo mais tradicional, digamos assim, ele teria um diretor e um resultado estético mais ou menos identificável. Não é o caso do NECITRA, e por isso ele é um núcleo, conceito pensado para dar conta deste contexto onde variam os objetivos das obras/projetos, suas opções estéticas, metas e modos. É um coletivo de artistas associados com intuito de fomentar esse espaço potente para a criação de suas obras, de forma colaborativa.

Podem afirmar, se assim desejarem, que um diretor tem as mesmas posturas que aqui defini como as de um coordenador. E o contrário. Outros farão outras escolhas. As conceituações tomam as formas e conteúdos definidos em cada contexto. E são importantes para o aprofundamento das ações e das relações. Mas é importante atentar para a origem destas palavras/conceitos, evitando desnecessárias relativizações, totalitarismos ou mergulhos niilista. Assim, rever os conceitos como partes isoladas, ou a partir de referências externas ao contexto em questão, descontextualizadas portanto, não é procedente, fragiliza o processo e dá inicio a uma marcha em círculos. Para além de boas ou más, as concepções são escolhas, e elas devem ser feitas e compreendidas em toda a sua extensão e complexidade, o que demanda tempo, paciência e humildade, para poder assim conformar um trabalho dinâmico e potente. E mesmo para que, após as devidas apropriações e usos (o que, reforço, demanda tempo, provavelmente anos) possam mesmo ser ajustadas, repensadas e alteradas.

O NECITRA, enquanto núcleo artístico, é um espaço com muitas entradas e diversas saídas, com caminhos construídos e refeitos a todo o momento, através do método escolhido por cada um, partindo de suas concepções, objetivos e metas. O NECITRA tem um coordenador geral, mas terá tantos diretores (de obras) e coordenadores (de projetos) quanto forem os desejos, vontades e capacidade de organização e engajamento de seus integrantes.

 

*http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/coordenador

**http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=diretor

Mostra de Processos – Agosto

O NECITRA leva para cena alguns trabalhos ainda em processo, propondo bate-papo ao final das apresentações. O intuito é de promover maiores trocas com o público. A entrada é franca! Confira a programação dessa próxima Mostra:

“Experimento Plataforma – Espaço Arcabouço”, de Gabriel Martins

Cena de malabarismo de rebote utilizando uma plataforma de madeira. O objetivo da cena é explorar as possibilidades que o equipamento possibilita na sua relação com o corpo e as bolas de rebotes.

“Veredas Mortas”, de Nina Eike | com direção e participação de Mariana Del Pino

Parte incial da pesquisa de construção de um monólogo baseado no romance de Guimarães Rosa- Grande Sertão: Veredas- apresentação de experimentações que estão sendo realizadas no processo.

“A África em Mim – Um Resgate da Ancestralidade”, de Rômulo Ferreira | com participação de Rodrigão Rodríguez

Uma pesquisa que busca através da música e do estudo da história da África e do Brasil resgatar a ancestralidade presente em mim através da dança.

Mostra de Processos

Fotografia: Martha Reichel Reus