Retrospectiva 2011: Tubo de Ensaio, primeira intervenção

Olá pessoal!

Em abril de 2011 iniciamos as pesquisas do projeto Tubo de Ensaio, que trata de criar cenas em espaços não aparelhados para as artes cênicas. É uma proposta que se aproxima do conceito de Anti-arte, embora não tenhamos usado este termo. No mais, sou cuidadoso com qualquer negação expressa, e prefiro que o processo de criação abarque um todo, sem nomes, para pode jogar com os campos artísticos e conceitos, mantendo assim uma certa suspensão, tanto por parte do artista, na criação, quanto pelo público, ao ver a obra “acabada”. Assim, mantemos uma atitude mais ou menos aberta, como com uma mente de principiante“Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito.”

Um dos principais objetivos do projeto é criar problemas. Os problemas nos incomodam. O incomodo nos tira da comodidade. Saindo da comodidade nos colocamos em movimento, passamos a criar. É comodo para um circense trabalhar com o seu aparelho dentro de um espaço delimitado como palco/picadeiro. É comodo para um bailarino dança sobre um linóleo (piso para dança). Para um ator, provavelmente seja comodo representar num palco com a plateia bem disposta e acomodada. E como fazer num espaço outro? Sem palco, sem plateia, com outras delimitações estruturais, pois construído para outros fins. E qual é a finalidade da arte? A partir do que se cria? Para mim, se cria a partir deste incomodo. Da finalidade, deixo para quem gosta de fins, já que eu sou mais chegado aos meios.

A primeira edição do projeto aconteceu no Dhomba, e teve suas últimas apresentações em agosto. Abaixo apresento dois vídeos. O primeiro, de alguns ensaios e editado com o objetivo de divulgar a primeira intervenção. O segundo, desta primeira intervenção no espaço, que se deu sem que o público da casa soubesse. E nós, não sabíamos o que iria ocorrer. Só sei que, de amigos que estavam presentes, ouvi relatos do frequentadores da casa que diziam: “Essa gente sem noção”, “Tem um pessoal drogado ali atrás”, “Olha que legal”… Construímos as intervenções de modo que somente no final, de um período que perdurou por mais ou menos uma hora, ficasse mais claro de que se tratava de uma intervenção. No mais, os vídeos explicam melhor.

Até a próxima!

 

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