Curso “As Técnicas Circenses e a Educação Física” no ENAPEF – Encontro Nacional dos Estudantes de Educação Física

Cá estou, em Tramandaí, no 38º ENAPEF. Hoje, o segundo dia do curso “As Técnicas Circenses e a Educação Física”. Ontem, no primeiro dia, 36 inscritos. Gente muito interessada, anotando e filmando tudo. E eu, feliz por dividir com colegas educadores físicos, um pouco do que tenho estudado e criado nas oficinas, nos experimentos cênicos, na vida.

 

Faz seis anos que me afastei da Educação Física, enquanto instituição, enquanto discurso, para me inserir no campo da arte. Mas sempre trouxe a educação física comigo, e os conhecimentos que adquiri neste período de formação e práticas, sempre foram indispensável ao meu fazer, me permitindo um olhar atento a detalhes técnicos, sobretudo com relação a anatomia, a biomecânica e a pedagogia. O encontro intenso com a arte, por outro lado, me proporcionou um olhar mais amplo, e ao mesmo tem focado, na criação, na subjetividade. Me instigou um afastamento da objetividade técnica em direção ao caos.

 

Esse curso vem justamente num momento onde estou a tentar unir estes dois Diegos, o artistas e o educador físico: esse olhar voltado para a criação e o outro, voltado para a técnica, para a repetição. Provavelmente passarei a vida a fazer isto. Só espero que cada vez com maior desenvoltura.

Tubo de Ensaio – 1ª Edição

“Não sei, só sei que foi assim”. A frase do célebre personagem Xicó, em O Auto da Compadecida,  dá conta de expressar o que foi, ao meu ver, a primeira edição do Tubo de Ensaio. Me esforcei ao máximo para permitir que as coisas acontecessem, sem tentar direcioná-las. Ao mesmo tempo em que tentava estar atento para “segurar” o que parecia ser merecedor deste esforço. E assim foi. E neste ido, claro, se perde muita coisa (sempre se perde!). Mas a palavra vícios, que virou bordão em nossos ensaios, era sempre lembrada por mim, no sentido de tentar evitá-los. Mas eles estavam ali, claro, os vícios cênicos. Contudo, discriminar entre vício e referência, entre memória e dependência, é nada fácil.

Acredito que as criações para o próximo Tubo, ainda sem data, precisam ser mais intensivas. Sacudir o corpo todo (que inclui a mente, é sempre bom lembrar…), e com força, de modo que só permanece preso o que for da alma… Aliás, corpo, alma, mente, palavras a serem pensadas…

Não sei, sei que foi assim…

Oficina na Usina do Gasômetro

Tenho ministrado oficinas/cursos voltados para a arte circense desde que resido em Porto Alegre (2007) e antes, em Santa Cruz do Sul. Ando pensando nesta frase, que corresponde à um estado: manter a constância na inconstância. Frase/ação que vai muito além desse exemplo, mas que ilustra o meu percurso como professor/oficineiro/educador nesta capital. Realizei cursos junto ao Circo Teatro Girassol, Casa de Cultura Mario Quintana, Centro de Desenvolvimento da Expressão, Centro MEME, novamente Casa de Cultura e agora no Centro Cultural Usina do Gasômetro.

A oficina também muda com as mudanças pessoais, que mudam com as outras pessoas que me acompanham, que chegam e que vão, com os acontecimentos, com esses cruzamentos da vida. Varia o foco, varia o tempo, varia o “clima”, o público. A oficina muda, junto ao fluxo da vida. Permanece o trabalho com o corpo, a exploração das técnicas circenses, as apropriações de outros campos e, particularmente nos últimos meses, o duplo desejo de considerar o todo, misturando as referências e os campos, desconsiderar as bordas, os limites técnicos e conceituais e, dividir as partes, analisar as formas, os métodos, suas origens.

Quem vai a esta oficina, particularmente, aprenderá a subir no tecido e nele se suspender, em suma. Mas os caminhos para tanto, os exercícios, os procedimentos pedagógicos, ao meu ver, muitas vezes, carregam em si potencias próprias, sutilezas que tiram o corpo de um lugar comum, que fazem o corpo pensar.  A tempos renunciei de reduzir as técnicas circenses como um sequência de truques virtuosos, ou como preparação corporal. E isso se expressa tanto nas minhas pesquisas e criações, como nas oficinas/cursos. A priori, virtuosismo e desenvolvimento do corpo são parte da arte circense e suas técnicas. Portanto, fazem parte de mim e da minha prática. Preciso então exercitar esta prática específica, de desterritorialização, e de buscar nessas terras o que para muitos outros são restos, mas que procuro com muito pesar. Aliás, sempre tenho a impressão de que algo me escapa. Talvez tenha que parar de tentar prender, mas não de apreender (e onde está a diferença?!) pois assim nada escapará. Mas já estou mudando de assunto.

Amanhã tem mais um dia de oficina. Mais um dia de preparação corporal, de ensino de técnicas e de exercitar o corpo no desconforto confortável de um lugar incomum: estar suspenso, pendurado: ação desconfortável para um corpo acostumado com a terra, com a segurança, confortável para um corpo que precisa do ar, que carece de leveza. Mas já estou mudando de assunto. Quinta e sábado também tem.

Retrospectiva 2011: Tubo de Ensaio, primeira intervenção

Olá pessoal!

Em abril de 2011 iniciamos as pesquisas do projeto Tubo de Ensaio, que trata de criar cenas em espaços não aparelhados para as artes cênicas. É uma proposta que se aproxima do conceito de Anti-arte, embora não tenhamos usado este termo. No mais, sou cuidadoso com qualquer negação expressa, e prefiro que o processo de criação abarque um todo, sem nomes, para pode jogar com os campos artísticos e conceitos, mantendo assim uma certa suspensão, tanto por parte do artista, na criação, quanto pelo público, ao ver a obra “acabada”. Assim, mantemos uma atitude mais ou menos aberta, como com uma mente de principiante“Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito.”

Um dos principais objetivos do projeto é criar problemas. Os problemas nos incomodam. O incomodo nos tira da comodidade. Saindo da comodidade nos colocamos em movimento, passamos a criar. É comodo para um circense trabalhar com o seu aparelho dentro de um espaço delimitado como palco/picadeiro. É comodo para um bailarino dança sobre um linóleo (piso para dança). Para um ator, provavelmente seja comodo representar num palco com a plateia bem disposta e acomodada. E como fazer num espaço outro? Sem palco, sem plateia, com outras delimitações estruturais, pois construído para outros fins. E qual é a finalidade da arte? A partir do que se cria? Para mim, se cria a partir deste incomodo. Da finalidade, deixo para quem gosta de fins, já que eu sou mais chegado aos meios.

A primeira edição do projeto aconteceu no Dhomba, e teve suas últimas apresentações em agosto. Abaixo apresento dois vídeos. O primeiro, de alguns ensaios e editado com o objetivo de divulgar a primeira intervenção. O segundo, desta primeira intervenção no espaço, que se deu sem que o público da casa soubesse. E nós, não sabíamos o que iria ocorrer. Só sei que, de amigos que estavam presentes, ouvi relatos do frequentadores da casa que diziam: “Essa gente sem noção”, “Tem um pessoal drogado ali atrás”, “Olha que legal”… Construímos as intervenções de modo que somente no final, de um período que perdurou por mais ou menos uma hora, ficasse mais claro de que se tratava de uma intervenção. No mais, os vídeos explicam melhor.

Até a próxima!

 

Nem só de Powermoves é feito o Break Dance!

Fala galera!

Não sei se já contei para vocês… mas sou um viciado em assistir vídeos no Youtube!
Volta e meia acho algo inspirador, diferente e até bizarro para compartilhar no meu blog (www.psicozone.com), mas hoje vim postar algo exclusivamente para vocês, leitores do nosso blog do Necitra!

Como eu ia dizendo, assisto muitos vídeos no Youtube, sendo a grande maioria relacionados com acrobacias. Então Parkour, Brek Dance, Capoeira, Ginástica Olímpica e Circo estão sempre entre os temas. Massss… eu sempre acabo me apaixonando pela acrobacia e, aos poucos, quando me dou conta estou apaixonado por toda a arte!

Querem um exemplo? Capoeira! Iniciei na capoeira por causa das acrobacias! Depois tomei gosto por jogar, por aprimorar os chutes, de conseguir encaixar uma queda no jogo, tocar os instrumentos, dar aulas… Hoje gosto de todo desse universo mágico que é a capoeira! E assim é com diversas coisas que encontro em minha vida!

Todo esse rodeio foi para falar da minha relação com o Break. Não sou B. Boy, mas admiro muito os caras! Comecei a olhar os vídeos por causa dos powermoves (movimentos acrobáticos com o flare, air flare, moinho, handpsin, etc.
Hoje  curto um top rock bem executado, um foot work fluído e por aí vai!
Me deparei com esse vídeo de uma batalha de B. Boys explorando apenas a dança. Impressionante o domínio, criatividade e improviso dos caras!

E vocês, o que acham disso?

PS:  Pessoal do meu blog vai ficar maluco que postei aqui e não postei lá! Hahahahaha!

Aquele abraço, pessoal!
Fiquem com Deus! Até a próxima!

Retrospectiva 2011: Oficinas de malabarismo e equilíbrios acrobáticos em Sobradinho

…. e a retrospectiva continua…

Nos dias 27 e 28 de junho, estive na cidade de Sobradinho, no Vale do Rio Pardo, região Centro Serra do estado. Com temperatura  de -1º pela manhã, iniciei a oficina para muitas crianças e adolescentes dispostos, apesar do frio. Com o auxílio da professora, dividimos os alunos em duas turmas, por idade. As oficinas ocorreram no período da manhã e da tarde, durante os dois dias, no Salão da Comunidade do Bairro Rio Branco.

Os alunos participam do Projeto Circense – Desafiando Limites, desenvolvido na Escola Municipal Seomar Mainardi, pela professora de Ed. Física Carla R. Franceschett Paim, e promovido pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto – SMECD.

Reportagem que saiu no jornal local: http://www.centroserra.com.br/new/index.php?option=com_content&view=article&id=1429:alunos-de-sobradinho-participam-de-curso-de-arte-circense&catid=34:noticias-sobradinho&Itemid=68

Fotos:

E pra quem quiser conhecer a cidade, que do meu ponto de vista é muito bonita, segue o link para o site da prefeitura: http://www.sobradinho-rs.com.br/site/?pg=principal

Até a próxima postagem da retrospectiva…

Retrospectiva 2011: “Era uma Ana…” ganha o I Festival de Esquetes de Humor da Casa de Cultura Mario Quintana

 

Participamos do I Festival de Esquetes de Humor da CCMQ com a esquete Era uma vez Ana…, criada e apresentada por mim. O Festival teve início no dia 06 de junho, com a participação de 35 esquetes, apresentadas sempre às segundas-feiras pelos espaços da Casa de Cultura. No dia 29 de agosto foram apresentadas as cinco melhores esquetes e, ao final, anunciados os três primeiros lugares:

1º Lugar: Era uma vez Ana…  (!!!)

2º Lugar: Discutindo a relação

3º Tampas no Mercado Público

Aqui a reportagem do site da Sec. de Cultura do Estado: http://www.cultura.rs.gov.br/v2/2011/08/era-uma-vez-ana-vence-o-i-festival-de-esquetes-de-humor-da-ccmq/

 

E, pra quem ainda não viu, cá está a Ana…

 

A retrospectiva 2011 continua no próximo post…